sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Entrevista: O guitarrista Gee Rocha falou sobre o novo álbum do NX Zero, Sete Chaves, segundo ele o melhor álbum da banda até hoje


Sete Chaves é o melhor álbum do NX Zero até agora”. Quem crava a frase é o guitarrista da banda, Gee Rocha, que considera que o quarto álbum de estúdio da banda representa uma clara evolução na sonoridade do quinteto.

Sete Chaves, terceiro álbum do grupo pela Arsenal Music e sob a batuta do produtor Rick Bonadio, chegou às lojas na semana passada e já está batendo recordes – o primeiro single, Espero a Minha Vez, alcançou logo no dia de seu lançamento o 1º lugar nas rádios de SP, Rio de Janeiro e Porto Alegre, feito alcançado anteriormente por outra música do NX Zero, Cedo ou Tarde.

“Esse sucesso só acontece quando a música é boa”, afirmou sem medo Gee Rocha. “Agora, a questão das rádios é ótima porque traz a nossa música para um público que não é o nosso, que é aquele pessoal mais velho, que ouve música no trânsito no meio da programação das rádios. Mas pode crer: se a música fosse ruim, não estava tocando, independentemente de quem ouve”, completou.

Para o guitarrista, Sete Chaves é a síntese perfeita da identidade atual do NX Zero, que finalmente conseguiu encontrar um ritmo de produção no qual se sente confortável. “Este álbum é extremamente importante por marcar o início da canção do NX Zero. Se antes fazíamos só música mesmo, aquela coisa de moleques experimentando os limites do que é compor, hoje temos canções que emocionam, únicas, belíssimas”, afirmou, com evidente carinho pelas composições de Sete Chaves.

O processo de composição também foi algo inédito para a banda – além da onipresença do produtor Rick Bonadio, que participou de cada detalhe da composição das faixas – esta foi a primeira vez que o NX Zero de fato trabalhou como um grupo em sua completude. “O diferencial é que aprendemos a elaborar todo o processo de criação em equipe, com todo mundo dando pitaco em tudo que o outro fazia, em cada linha, cada arranjo, cada verso. E isso com respeito absoluto”, garantiu Gee Rocha.

Mas as músicas já chegaram no estúdio Midas, na região norte de São Paulo, praticamente prontas, o que não significa que sejam elas que figuram no álbum completo, que conta com 14 faixas. “Eu comecei a compor algumas coisas em casa, umas bases e tal. Daí o Di (Ferrero, vocalista) veio com as letras, o resto do pessoal mexeu também e fomos para o estúdio. Mas você acha que ficou assim? (risos). Caramba, mas mudou absolutamente tudo”, afirmou, sem se arrepender de nenhuma mudança.

Enquanto fala sobre o processo de composição, Gee Rocha cita incessantemente o produtor Rick Bonadio, ressaltando sua importância no produto final e em cada um dos arranjos de Sete Chaves. Com fama de controlador, Bonadio é a cabeça responsável pela produção de grupos como Gloria, Strike e Fresno, e em Sete Chaves o produtor não ficou só atrás da mesa de som – tocou piano, teclado e guitarra em diversas músicas do álbum. Mas Gee Rocha minimiza a onipresença de Bonadio.

“Ele não centraliza nada. Nós confiamos totalmente no trabalho dele. Tudo que ele fala no estúdio é para melhorar o nosso som – sem contar que é visível o carinho que ele tem pelo nosso álbum e pela gente”, afirma, sem titubear. “E tem mais: ele pode até dizer o que quiser, mas quem dá a última palavra é o NX Zero. É a gente que decide, sempre. E vamos ser sinceros: o Rick é muito criticado, mas tudo que ele faz estoura. O cara tem tino”, completou o guitarrista.

Gee Rocha é enfático na hora de afirmar que a sonoridade de Sete Chaves é a maturidade do NX Zero. Para ele, existem diversas influências que podem não ficar evidentes para o público à primeira vista, mas que estão lá e vão muito além do rock adolescente pelo qual ficaram rotulados.

“Eu ouço muito Metallica, AC/DC, Pearl Jam – inclusive, pirei com o novo, The Fixer –, Blink 182, Van Halen, Aerosmith, e coisas como Norah Jones, B.B King, Eric Clapton e muito rap”, conta o guitarrista.

E sobre rap, aliás, o músico tem muito assunto. Segundo ele, um de seus planos é criar, em parceria com Di Ferrero, um projeto que une o rap e o rock, ainda sem nome definido. “Eu amo essa parada de misturar rock e rap, em uma coisa meio Linkin Park. Quando eu conheci o Túlio Dek, comecei a pensar a sério em um projeto rap, e inclusive a gente já tem uma música, ainda sem título, pra usar nessa nossa empreitada. E o Rick pirou na ideia, o MV Bill, com quem a gente conversou, também adorou, então tem futuro”, afirmou o guitarrista, visivelmente empolgado.

“Gosto tanto que a música Só Rezo, que tem essa coisa meio rap, ainda vai ter um remix feito pelo MV Bill. Pode esperar", completou, adicionando, em tom de troça, que também pode se aventurar em um projeto de heavy metal no futuro.

Parece que a maturidade chegou mesmo ao NX Zero, apesar dos integrantes da banda estarem na faixa dos vinte e poucos anos. De acordo com Gee Rocha, o rótulo de rock adolescente nem incomoda mais. “É normal chamarem a gente assim, afinal, estouramos quando ainda éramos moleques. Mas, quer saber? Não estou nem aí, porque os fãs que acompanham mesmo a gente, que vão nos shows e compram os CDs são os adolescentes mesmo. Então, reclamar pra quê?”, se diverte o guitarrista.

“Antes, havia uma insegurança quanto ao som da banda. Nem tudo que eu compunha tinha a cara do grupo. Hoje, tudo que eu faço tem automaticamente a cara do NX Zero. Nos encontramos”, afirmou Rocha, que adianta que já tem três músicas para o próximo álbum, que deve ser lançado em 2010, em processo de preparação.

E, enquanto isso, o NX Zero se prepara para a turnê do álbum Sete Chaves, que começa em março de 2010. Por enquanto, os fãs podem conferir apenas duas músicas do novo trabalho nos shows – Espero a Minha Vez e Só Rezo, além da adição recente de Insubstituível.

FONTE: Virgula

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